Crítica literária ao Livro No Teu Deserto
Crítica
literária ao Livro No Teu Deserto
O autor é Miguel Sousa Tavares, conhecido jornalista e escritor. Segundo o autor, este é “quase um romance” cuja primeira edição remonta a julho de 2009, sendo objeto da presente crítica a 4º edição de março de 2010 da editora Oficina do Livro.
“Nesta obra o autor/narrador Sousa Tavares conduz-nos numa viagem ao deserto do Sahara, durante 40 dias, realizada em novembro de 1987, por ocasião de uma reportagem para um canal de televisão. Ao volante de um jipe UMM que a cada passo o autor/narrador não se cansa de elogiar “O nosso jipe: um UMM, motor Peugeot e carroçaria portuguesa, seguramente o mais feio, o mais resistente e, para mim, o mais comovente carro que algum dia guiei” e tendo por “campagne de route” Cláudia, uma rapariga de 21 anos, alta e gira que conhecera poucos dias antes da viagem, Miguel e Cláudia iniciam o itinerário em Lisboa “numa manhã de chuva, em novembro.” E assim partiram por ali abaixo, pelo Alentejo e Andaluzia fora, dezasseis jipes e quatro motas. “Ainda almoçamos no lado de cá da fronteira, mas já não jantámos juntos: os pueblos de Andaluzia”. “Jantámos e dormimos algures já perto de Algeciras e lembro-me de ter comido uma chuleta de ternera com uma cerveja San Miguel. Pus uma moeda na jukebox para ouvir o Stand by me, pedi uma aguardente Domecq, acendi um puro e fui fumar lá para fora, para o terraço do restaurante, vendo os faróis dos carros que desciam a carretera del sur em direcção ao mar.” Apanharam de seguida o ferry-boat em Algeciras. “E assim, quando, em Argel ao entrarmos na esquadra para onde os polícias nos tinham levado, depois de nos apanharem a fazer toda uma rua em sentido proibido.” “Já nos sentíamos com um pé no deserto. Com as quatro rodas do jipe finalmente a pisar a pista de areia que começava em Ghardaia. Faltava só chegar lá e encontrar os outros no acampamento: 700 quilómetros de alcatrão ainda, "Route Nationale 2". E encontrá-los até ao nascer do dia, conforme combinado e antes que partissem. Olhei no mapa o desenho da estrada até Ghardaia: eram 700 quilómetros.” “Cláudia: Ghardaia. Chegámos!” Finalmente o tão esperado deserto aparecia como se de uma miragem se tratasse. Por esta razão a narração é cronologicamente linear.
É uma estória que nos põe dentro dela, que nos leva a viver uma aventura em direção ao deserto com muitas peripécias no meio e um “quase romance.” Ele transporta-nos para as aventuras e desventuras. É um livro que é agradável de ler sobretudo porque também nos faz rir com as loucuras do autor, quando está prestes a perder o barco devido às semelhanças dos nomes (Alicante e Algeciras) concluiu que ficava logo ali, na costa. Este é sem dúvida um livro de viagens, e ele consegue levar-nos nessa viagem, parecemos personagens figurantes a assistir, como se apanhássemos boleia ao ponto de quase “sentirmos” pó na cara e nos olhos, parece que vamos também dentro do UMM horas a fio, com frio e fome. Sentimos cada episódio que se passa no livro, quando foi preso na cidade de Argel porque entrou por um sentido proibido para ir para o hotel. É ao mesmo tempo uma estória hilariante. Com momentos empolgantes e muito divertidos, muito reais, daquelas coisas que não acontecem, mesmo assim no ridículo das viagens quase impossíveis. E outras passagens tristes, não sei se tristes, mas com qualquer coisa de perda. A vida não é como nos filmes, não encerra em círculo como as narrativas século XIX. Não há pistas e não há conclusões. Há a memória do que foi e do que podia ter sido. Autor/narrador MST e Cláudia pouco falavam, como já foi referido, este livro é uma espécie de carta de homenagem a Cláudia, por essa razão o que não foi dito naquela viagem de 40 dias ao deserto, MST transpõe para este livro aquilo que gostaria de ter dito a Cláudia.
Quase Romance- “Sim, eu reparei que a porta da casa de banho estava semiaberta. Tentei fechá-la, mas ela não encostava à ombeira, ficavam dois palmos de espaço através dos quais eu via o quarto e via-te a ti deitado, vestido, sobre a cama”. Ao se aperceber de que Cláudia tinha morrido, Miguel Sousa Tavares escreve este livro como uma carta de despedida àquela que tinha sido a sua companheira durante 40 dias, pois só se apercebe de que Cláudia tinha morrido, quando, passado muito tempo, um amigo o questiona se lhe fez impressão a morte de Cláudia. Miguel Sousa Tavares decidiu então homenagear assim desta forma Cláudia, aquela rapariga que tinha conhecido através de uma amiga poucos dias antes da viagem.
Os aspetos menos bem conseguidos neste livro é que o autor poderia ter desenvolvido mais a viagem ao nível das paisagens, lugares e situações.
Positivamente destaca-se a linguagem, é convincente, ele consegue transportar-nos para a viagem, ao ler o livro é como se estivéssemos naquela aventura. É um livro de fácil leitura.
Este livro faz-nos refletir sobre a importância que as pessoas têm na nossa vida, ou seja, devemos dar-lhe valor enquanto estão presentes nas nossas vidas.
“Nesta obra o autor/narrador Sousa Tavares conduz-nos numa viagem ao deserto do Sahara, durante 40 dias, realizada em novembro de 1987, por ocasião de uma reportagem para um canal de televisão. Ao volante de um jipe UMM que a cada passo o autor/narrador não se cansa de elogiar “O nosso jipe: um UMM, motor Peugeot e carroçaria portuguesa, seguramente o mais feio, o mais resistente e, para mim, o mais comovente carro que algum dia guiei” e tendo por “campagne de route” Cláudia, uma rapariga de 21 anos, alta e gira que conhecera poucos dias antes da viagem, Miguel e Cláudia iniciam o itinerário em Lisboa “numa manhã de chuva, em novembro.” E assim partiram por ali abaixo, pelo Alentejo e Andaluzia fora, dezasseis jipes e quatro motas. “Ainda almoçamos no lado de cá da fronteira, mas já não jantámos juntos: os pueblos de Andaluzia”. “Jantámos e dormimos algures já perto de Algeciras e lembro-me de ter comido uma chuleta de ternera com uma cerveja San Miguel. Pus uma moeda na jukebox para ouvir o Stand by me, pedi uma aguardente Domecq, acendi um puro e fui fumar lá para fora, para o terraço do restaurante, vendo os faróis dos carros que desciam a carretera del sur em direcção ao mar.” Apanharam de seguida o ferry-boat em Algeciras. “E assim, quando, em Argel ao entrarmos na esquadra para onde os polícias nos tinham levado, depois de nos apanharem a fazer toda uma rua em sentido proibido.” “Já nos sentíamos com um pé no deserto. Com as quatro rodas do jipe finalmente a pisar a pista de areia que começava em Ghardaia. Faltava só chegar lá e encontrar os outros no acampamento: 700 quilómetros de alcatrão ainda, "Route Nationale 2". E encontrá-los até ao nascer do dia, conforme combinado e antes que partissem. Olhei no mapa o desenho da estrada até Ghardaia: eram 700 quilómetros.” “Cláudia: Ghardaia. Chegámos!” Finalmente o tão esperado deserto aparecia como se de uma miragem se tratasse. Por esta razão a narração é cronologicamente linear.
É uma estória que nos põe dentro dela, que nos leva a viver uma aventura em direção ao deserto com muitas peripécias no meio e um “quase romance.” Ele transporta-nos para as aventuras e desventuras. É um livro que é agradável de ler sobretudo porque também nos faz rir com as loucuras do autor, quando está prestes a perder o barco devido às semelhanças dos nomes (Alicante e Algeciras) concluiu que ficava logo ali, na costa. Este é sem dúvida um livro de viagens, e ele consegue levar-nos nessa viagem, parecemos personagens figurantes a assistir, como se apanhássemos boleia ao ponto de quase “sentirmos” pó na cara e nos olhos, parece que vamos também dentro do UMM horas a fio, com frio e fome. Sentimos cada episódio que se passa no livro, quando foi preso na cidade de Argel porque entrou por um sentido proibido para ir para o hotel. É ao mesmo tempo uma estória hilariante. Com momentos empolgantes e muito divertidos, muito reais, daquelas coisas que não acontecem, mesmo assim no ridículo das viagens quase impossíveis. E outras passagens tristes, não sei se tristes, mas com qualquer coisa de perda. A vida não é como nos filmes, não encerra em círculo como as narrativas século XIX. Não há pistas e não há conclusões. Há a memória do que foi e do que podia ter sido. Autor/narrador MST e Cláudia pouco falavam, como já foi referido, este livro é uma espécie de carta de homenagem a Cláudia, por essa razão o que não foi dito naquela viagem de 40 dias ao deserto, MST transpõe para este livro aquilo que gostaria de ter dito a Cláudia.
Quase Romance- “Sim, eu reparei que a porta da casa de banho estava semiaberta. Tentei fechá-la, mas ela não encostava à ombeira, ficavam dois palmos de espaço através dos quais eu via o quarto e via-te a ti deitado, vestido, sobre a cama”. Ao se aperceber de que Cláudia tinha morrido, Miguel Sousa Tavares escreve este livro como uma carta de despedida àquela que tinha sido a sua companheira durante 40 dias, pois só se apercebe de que Cláudia tinha morrido, quando, passado muito tempo, um amigo o questiona se lhe fez impressão a morte de Cláudia. Miguel Sousa Tavares decidiu então homenagear assim desta forma Cláudia, aquela rapariga que tinha conhecido através de uma amiga poucos dias antes da viagem.
Neste Quase Romance o narrador é o próprio escritor sendo que Cláudia, uma ou outra vez tem falas. Podia ter sido uma linda estória de amor não foi por circunstâncias da vida.
Os aspetos menos bem conseguidos neste livro é que o autor poderia ter desenvolvido mais a viagem ao nível das paisagens, lugares e situações.
Positivamente destaca-se a linguagem, é convincente, ele consegue transportar-nos para a viagem, ao ler o livro é como se estivéssemos naquela aventura. É um livro de fácil leitura.
Este livro faz-nos refletir sobre a importância que as pessoas têm na nossa vida, ou seja, devemos dar-lhe valor enquanto estão presentes nas nossas vidas.
Myranda Maria
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