Violência no namoro....e Cultura? Qual a ligação ?



Terça feira, 24 de Maio de 2017

Violência no namoro...e Cultura? Qual a ligação ?

 Quando se fala em cultura o que nos vem de imediato à cabeça é algo ligado à alegria, sabedoria e entre muitas outras coisas que nos proporcionam bem estar e felicidade. Porém, a violência quer seja ela de cariz doméstica ou no namoro, é algo que infelizmente está ligada à cultura.

  Falar de violência doméstica é falar dos milhares de mulheres que covardemente são maltratadas, violentadas, assassinadas no silêncio do pavor por denunciarem os seus agressores e que tem assumido proporções a nível mundial. Quando falamos de violência doméstica não falamos só nas agressões físicas, falamos também da violência, psicológica, económica e verbal que infelizmente a maior percentagem dos agressores está no sexo masculino por influência Enraizada na Cultura dos tempos primitivos em que a mulher não passava de um instrumento de procriação ao serviço do homem. A evolução trouxe-nos uma luz para que este problema começasse a ser tratado de outra maneira, nos anos 60/70 os movimentos feministas começaram a denunciar esta prática. A vítima não vive livremente, mas sim sobrevive, pois ela nunca sabe como que vai ser o seu dia, pode ser receoso, angustiante, dias onde a violência é exacerbada, é “viver na corda bamba” sempre na esperança que o agressor no dia seguinte melhore, amanhã é outro dia, pensam as vítimas, infelizmente não, tudo começa de novo. A Violência Doméstica é Infelizmente Ainda uma Questão Cultural. 

  Hoje, no Centro de Ciência do Café, com a presença da Secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Catarina Marcelino, foi apresentada a campanha " Muda de Curso- Violência no Namoro não é para ti. "  

Trata-se de uma campanha do Governo, apoiada pela Delta Cafés e desenvolvida com as associações e federações académicas, a SEIES- Sociedade de Estudos e Intervenção em Engenharia Social, a UMAR- União de Mulheres Alternativa e Resposta e a Associação Capazes visa sensibilizar os jovens para a problemática da violência no namoro. 


                                                 Secretária de Estado, Catarina Marcelino 

                              Os pacotes de açúcar da Delta Cafés com as mensagens da campanha

Foi com enorme satisfação que pude assistir hoje no Centro de Ciência do Café, a uma peça de teatro com os actores Cláudia Semedo e João Lagarto. É uma mais valia quando se faz da arte de representação com pedagogia, e conseguir desta forma sensibilizar os jovens para a violência no namoro. Os alunos da escola Secundária de Campo Maior, foram os felizes contemplados com a apresentação desta campanha que irá percorrer todo o país num período de dois meses. 

Os actores Cláudia Semedo e João Lagarto, em cena, no auditório do CCC em Campo Maior

MY- Olá Cláudia, muito prazer. Obrigada por aceitares falar um pouco comigo. 

CS- Olá, o prazer é meu.

MY- Cláudia, podes dizer-me o que sentes quando representas neste contexto?

CS- A representação é a minha vida, gosto muito do que faço, e é ainda mais gratificante saber que através da minha profissão posso ajudar os jovens. 

MY- Obrigada, Cláudia.

CS- Obrigada eu. 

MY- Olá João, e para ti? Pegando na mesma pergunta que fiz à Cláudia? 

JL- Faço das palavras da Cláudia as minhas. Saber que podemos contribuir com a nossa profissão para ajudar numa causa tão nobre é muito gratificante. E sabemos que eles, jovens, ficam muito mais atentos e interiorizam mais a mensagem neste contexto de teatro, do que se estivessem numa sala de aula a ouvir uma "palestra."

MY- Obrigada a ti também, João. 

JL- Obrigado eu. Finalizamos com uma selfie?

MY- Ok ( ahahah) fantástico, obrigada . 

            Eu e os actores Cláudia Semedo e João Lagarto 



                                                             Eu e a Catarina Furtado 

My- Catarina, em primeiro lugar quero parabeniza-la pela associação e pela campanha que está no terreno, em segundo lugar obrigada pela amabilidade de me poder conceder umas palavras sabendo  que o tempo lhe urge.

CF- Tenho todo o prazer em ajudá-la, e daquilo que precisar, disponha.

My- Qual a missão da sua associação Corações com Coroa?

CF- A missão da associação é desenvolver uma forte componente de PREVENÇÃO e de ACTUAÇÃO DIRECTA que contribua para a resolução de problemas e/ou riscos. 

My-  Sei que a Catarina é fundadora e presidente da associação. O que a motivou a criar esta associação?

CF- É o meu projecto de vida, afirma Catarina Furtado, com visível orgulho. Não nos pretendemos transformar num banco de bens mas queremos trabalhar em rede e desenvolver projectos de apoio social. Queremos provocar vontades e abanar consciências», explica Catarina Furtado «As meninas e as mulheres em primeiro lugar»

MY- Catarina, o tempo sei que é muito pouco, mas deixe-me agradecer-lhe a sua generosidade tão natural, adorei conhecê-la .

CF- O prazer foi todo meu. Se precisar contactar-me, ou a associação terei todo o gosto. Parabéns também a si, está no bom caminho.

MY- Muitoo obrigadoo .

É muito bom ver quando a cultura teatral se alia a estas campanhas para promover a sensibilização junto desta população tão jovem, e poder-se assim mudar paradigmas de vida. Indiscutivelmente o teatro é fundamental na formação cultural e pessoal de qualquer pessoa.

Myranda Maria




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